Por Alexandre Mota
“A sabedoria convencional serve para nos
proteger da penosa tarefa de pensar” - John Kenneth Galbraith
Em qualquer site de
notícias encontrará, com certeza, uma “análise” que atribui a recente queda dos
mercados accionistas a problemas na “negociação com os investidores privados da
Grécia”. É verdade e é também a explicação convencional. Conforme tínhamos
referido em posts anteriores, este assunto ainda não terminou.
Mas não é só este
factor “inesperado” que ensombra os mercados.
Num estudo publicado ontem, a empresa de research “Capital Economics” titula: “FED waiting to see which way the recovery breaks”.
Depois desenvolve:
- FED não deve
acrescentar mais estímulos enquanto os números mostrarem que a recuperação está
em curso;
- É difícil ao FED
vender o QE3 quando a inflação está em torno da sua meta;
- Mais acção é possível
(leia-se QE3) mais tarde se a crise na zona euro entrar de novo em erupção
Traduzindo:
é exactamente a minha linha de raciocínio nos últimos 2 posts.
Para além disso, tal como em 2010, poderemos assistir ao seguinte paradoxo: ver
o mercado accionista a reagir bem a dados macro maus e a reagir mal a dados
bons.
Porquê?
Porque a principal
razão que sustenta os preços das acções em alta é o modo de impressão em curso
(o Ctrl+P). Se os dados foram maus (ceteris paribus), a impressora continuará
em força. Se os dados forem bons (ceteris paribus), a impressora não deixará de
imprimir, mas entrará em modo “pause”.
E na Europa…
Os depósitos junto do
BCE atingiram novo máximo histórico. Em que dia? No dia 1 de Março, após o
leilão do BCE que resultou num empréstimo a 3 anos à taxa de 1%. Portanto, os
bancos pediram dinheiro ao BCE para…depositar no BCE.
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