terça-feira, 5 de junho de 2012


AS BOLSAS CAÍRAM – e agora? Vêm aí os bombeiros
por Alexandre Mota


Num post em http://bgoldenbroker.blogspot.pt de 5 de março de 2012, titulado “as bolsas vão cair” fizemos o seguinte exercício de bom senso que vamos agora atualizar:

Em 5 de março:

1 – A principal razão que tem sustentado o mercado acionista em alta é a temática da impressão monetária na qual os principais bancos centrais têm estado totalmente alinhados;

2 – O mercado acionista subiu nos últimos meses antecipando/reagindo a esta política acomodatícia.


Em 5 de junho:

Mantêm-se no essencial as ideias 1 e 2 sendo o gráfico abaixo suficientemente elucidativo. Resta saber se passados 3 meses estamos mais perto de uma nova ronda de estímulos.


Em 5 de março:

3 – Para manter o programa de estímulos quantitativos, os principais bancos centrais precisam de justificação económica ou de um comportamento negativo dos mercados;

4 – Os sinais macro são mistos, mas com o crude wti acima de 100 e o crude brent acima de 120, o receio de inflação pode refrear o ímpeto expansionista;

5 – No curto prazo os bancos centrais sentem que cumpriram a sua missão: estabilizaram os mercados de dívida pública e empurraram as acções para cima;

6 – É natural que esperem algum tempo para sentir o efeito das suas políticas.

Conclusão: sem estímulos, as bolsas podem subir mais um pouco aproveitando o embalo dos últimos meses, mas tenderão a esbarrar em resistências cada vez maiores. Aumenta (e muito) a probabilidade de uma boa correcção em baixa nas próximas semanas/meses.


Em 5 de junho:  

Os índices de atividade dão agora sinais de desaceleração/recessão, o crude desceu bastante e as bolsas caíram com estrondo. 


Conclusão (e agora?):
Vem aí mais um programa de estímulos! Nos EUA podem não lhe chamar “QE” ou “twist”, mas sim outra coisa qualquer. Na Europa a situação é mais grave sendo mais urgente estancar a fuga de capitais através de uma ação decisiva dos governos e do BCE. Da China as notícias são negativas, o que deverá acelerar ainda mais os estímulos monetários.

Os principais beneficiários deste pacote de estímulos serão os ativos reais, mas destaco especialmente o ouro e a prata. O timing é como sempre incerto e a dúvida é até onde podem cair os índices antes de virem os bombeiros apagar o fogo. No entanto, há sinais que indicam que esse momento pode estar para breve, como por exemplo o facto do ouro e da prata terem descolado da correlação positiva com os mercados acionistas.