Na quinta-feira, dia 26 de Julho, o presidente do BCE, Mario Draghi interveio verbalmente. Quando se adivinhava mais uma sessão em que os yields da dívida espanhola testariam novos máximos, Draghi afirmou que tudo faria para assegurar a sobrevivência do euro e acrescentou "acreditem que tal será suficiente". Portanto, traçou uma linha na areia.
Inicialmente
os mercados reagiram em alta, mas, como se sabe, o diabo está nos detalhes
e nesta matéria é provável que estas palavras não sejam mais do que uma
tentativa de ganhar tempo. Se não houver atos concretos, o mercado acabará
por testar o BCE e obrigar a que este coloque dinheiro onde adiantou palavras.
Isto
remete para a solução desta crise. A solução que estão a montar para resolver
esta crise de dívida será muito provavelmente e maioritariamente a impressão de
dinheiro. O único problema é que isso não resolve o problema, apenas o adia por
mais alguns tempos. Quando a banca estiver toda ou quase toda nacionalizada,
não houver mais margem para cobrar impostos e a dívida do estado estiver apenas
nas mãos dos bancos centrais e restantes bancos zombies, então sim, nessa
altura a dívida será cortada de outra forma: ou através de cortes brutais na
despesas ou/e através de um incumprimento brutal e/ou uma desvalorização da
moeda. Isto não é uma questão europeia. É uma questão americana, europeia,
japonesa, em suma, do mundo desenvolvido.
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