José Dias
Dezanove cimeiras desde que a crise soberana abateu-se sobre a periferia da Zona Euro e continuamos na mesma encruzilhada.
Talvez
porque continuamos a viver na mesma negação da realidade.
Talvez
porque não gostamos da verdade.
Talvez
porque não temos coragem de tomar as medidas difíceis.
O
euro foi-nos vendido como a resposta para a nossa falta de crescimento e falta
de emprego.
Findo
uma década, sem crescimento, estamos de novo à beira do abismo.
Três
pacotes de ajuda em 30 anos e parece que ainda não aprendemos a lição.
Uma
lição que é fácil de aprender: menos estado e mais economia de mercado.
Os
nossos problemas resultam de empresas que se sobrepõe ao “rule of law”. Uma
impunidade que choca e uma justiça que não funciona.
Há
uma semana um novo pacote para recapitalizar os bancos espanhóis foi anunciado.
Com toda a pompa e circunstância. Os investidores respiraram de alívio.
Uma
união fiscal, uma união bancária seria finalmente a solução.
As
praças europeias subiram, os yields
baixaram ligeiramente e alguns políticos puderam dormir umas noites mais
sossegados. O euro apreciou face ao dólar em reacção.
Mas
menos de uma semana depois, o pesadelo e as insónias regressaram.
Os
yields em Espanha ultrapassam o limite
do 7% - a linha na areia que separa a solvência da insolvência.
Podem
atingir o mercado com intervenções, mais poderes para os burocratas em
Bruxelas, etc, mas o MERCADO acaba por se vingar. Felizmente, os especuladores
estão alerta e estão a fiscalizar os políticos que afundaram as economias.
As
tentativas de planeamento central são um fracasso mas vivemos na ilusão e numa
realidade distorcida. Não queremos ver. Ignoramos a fome na Rússia soviética,
na Coreia do Norte, o desastre económico em Cuba ou na Venezuela ou o buraco da
Politica agrícola comum.
Um
problema de excessivo endividamento não se resolve pedindo mais dinheiro
emprestado. Um crescimento que se alimenta no endividamento nunca é
sustentável.
Nem
se resolve dando mais poder a meio dúzia de burocratas que julga ter poder para
se substituir as decisões de milhões de agentes económicos.
Nem
se resolve dando o planeamento das economias a bancos centrais que fixam a taxa
de juro. Como quem fixa o preço do pão na Rússia Soviética.
Temos
que viver dentro das nossas possibilidades. Por muito que isso custe. Mesmo que
implique um ajustamento de 50% nas nossas economias.
Mesmo
que implique um fim às ajudas dos estados a instituições financeiras
insolventes.
Mesmo
que implique responsabilizar criminalmente quem tomou más decisões.
O
mercado não espera que estas decisões sejam tomadas. O mercado antecipa.
Enquanto recusarmos assumir os nossos problemas e tomar as decisões difíceis,
mais violento será o desfecho final.
Golden Broker
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