Façamos uma antevisão pouco
detalhada do que pode acontecer se a Grécia sair do Euro: O novo Drachma cairá
rapidamente entre 30% e 50%; um default quase total de pagamentos ao exterior
será aplicado mas não será suficiente para terminar com a austeridade, dado que
os impostos não serão suficientes para cobrir as despesas, ou seja, a Grécia mantém
e manterá um défice orçamental primário por cobrir; o preço das importações disparará
e os padrões de vida cairão a pique. A esperança poderá estar numa retoma da
competitividade pela via cambial….
O contágio para outras nações em
dificuldade (como Portugal):
A saída da Grécia do euro levará
a fortes resgates dos bancos da periferia, alimentando um círculo vicioso de
confiança/falta de capitalização.
Sem alternativa, as autoridades
político-monetárias estabelecerão limites à circulação de capital.
O fim ou a continuidade do euro
dependerá da posição alemã. Se a Alemanha entender que para salvar o euro deverá
flexibilizar a sua posição dando mais tempo aos países da periferia, nesse caso
a Grécia poderá ser caso único. Se tal não acontecer será o fim do euro. Com
estrondo….
Nota final:
Robert Mundell, frequentemente citado como o
autor da ideia de zonas monetárias ótimas, elenca quatro citérios necessários para
uma união monetária e cambial bem sucedida:
- liberdade de circulação de
pessoas;
- liberdade de circulação de
capitais e flexibilidade de preços e salários;
- mecanismos fiscais de
transferência para as áreas afetadas pelas duas primeiras características acima;
- os vários participantes na zona
monetária ótima estão no mesmo ciclo de negócio.
Caro leitor, pense na zona euro e faça o
exercício…é uma zona monetária ótima? Pense nos EUA e faça o mesmo exercício.
Ler mais:
Sem comentários:
Enviar um comentário